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RESIDÊNCIA LISBOA: DIA #1
Mouraria
Rua do Benformoso
22ºC
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Da janela :
à esquerda – Madeira & Paixão Lda.
à direita – Sejdah Enterprise
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Ontem éramos três e agora escrevemos a uma voz só. Chegámos onde vamos coabitar na próxima semana.
Poucos minutos faltam para as 23h00 e a rua ainda fervilha com gente. Atravessando a porta pesada, onde a madeira mostra as marcas do tempo, subimos uma escada que suspira a cada degrau. No primeiro andar, a antiga parede pombalina exibe o seu esqueleto de madeira e duas janelas servem de plateia ao frenesim de cheiros e sons que percorrem a nossa rua. Na verdade, aqui, estar em casa é continuar lá fora.
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Em cima da mesa, o jornal local :
Conheça a família Rahman
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Trocámos os primeiros cumprimentos esta manhã no Centro de Interpretação da Mouraria. No círculo onde nos juntámos, ainda sem conhecer totalmente a profundidade dos temas que ali nos traziam, guardámos uma frase : Uso e Abuso do Espaço Público. Serão estas palavras o mote da nossa reflexão nos dias que se seguem.
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Na parede, num cartaz :
Tenho o direito a ser torto
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Saltitando, numa gincana linguística, de português para inglês e de francês para castelhano, ouvimos da boca de quem imaginou este projecto, e daqueles que já o viveram, a sua história, alegrias e contradições. Hoje formámos um trio em Lisboa; foram ontem outros tantos em Barcelona e, juntos, percorremos as ruas da Mouraria balançando a expectativa de quem começa com a sabedoria de quem termina uma viagem.
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Na casa do Sr. Carlos, banhada num amarelo que a ninguém deixa indiferente, lê-se :
O tempo passou por mim
Tão depressa quem diria
Tenho saudades sem fim
Do que foi a Mouraria
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António, Artur e Pedro. São estes os nossos nomes, os protagonistas desta partilha improvável.